segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Natal, festa religiosa e familiar, não uma orgia consumista

"O período do Natal é um momento ideal para testar a solidariedade das suas convicções e a coerência dos seus compromissos políticos, nomeadamente sobre as questões de ecologia e de anti-consumismo. «Diz-me o que recebes e o que dás como presentes, e eu dir-te-ei que tipo de militante és» pode ser a frase que paira sobre as cabeças de todos os que pretendem ter uma consciência política e social.
Com efeito, na hora em que a armada publicitária tem ordem de marcha para extrair o máximo de benefícios da autêntica corrida aos brinquedos e aos "gadgets" que se tornou o mês de Dezembro nas sociedades ocidentais, a atitude do militante identitário deve estar clara e concretamente em ruptura com esta nevrose materialista sem qualquer sentido.
Longe das brilhantes conferências e dos artigos inflamados, eis os dias que oferecem a qualquer um, no seu lugar e à sua medida, a ocasião de colocar em prática os princípios de medida, de frugalidade, de preocupação ambiental e de simplicidade voluntária.
Não se trata, de modo algum, de promover um frio ascetismo, mas antes de invocar o bom senso, a razoabilidade e a ética.
Na nossa abordagem dos «presentes» (que, repetimos, não são o «objectivo» nem o «coração» das festas de Natal mas simplesmente uma afirmação secundária da época), uma preocupação constante de coerência e de moral deve acompanhar-nos e conduzir-nos para bem longe dos "gadgets" e dos componentes electrónicos ultra-poluentes, das inutilidades caras, das marcas de roupa esclavagistas e das pseudo «novidades» impostas pela frivolidade mediática... Ofereçam pelo contrário o belo, o artesanal, o útil, o portador de sentido, de sanidade e de ética. Reafirmaremos assim os actos, modestos mas imperiosos, da nossa coerência que é o primeiro passo para a credibilidade.
Recordem igualmente que o Natal é também o tempo da caridade e da oferenda e que são muitos, dos sem abrigos SDF às crianças sérvias do Kosovo, passando por aqueles que estendem a mão às viaturas indiferentes, os que sofrem necessidades.
Identidade, Solidariedade, Acção. Nos pequenos gestos como nos grandes..."

Pierre Chatov

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