«A nossa fé é a submissão ao divino no seu sentido de vida e fecundidade. Mas eles não viram e não vêem o divino senão no absurdo. A nossa fé é a inserção do ser na comunidade fraternal do princípio vivente. Mas eles pregaram e continuam a pregar a solidão da morte não resgatada. A nossa fé é a vitória da vida sobre todas as empresas da morte. Mas eles conservam e cultivam o vale de lágrimas das decomposições. A nossa fé não nos leva a batalhar com outros, a nossa fé é vivida por nós no cumprimento do dever. Mas eles… é necessário que eles discutam e disputem, é necessário que ataquem e se digam atacados, é necessário que se refugiem no delírio da perseguição. Fazem um dogma daquilo a que chamam amor, enquanto nós fazem um dogma da acção. Foi-lhes necessário esperar e continuar a esperar uma ordem imperativa do seu céu; a nós, cada dia que passa, cada novo dia, com as suas tarefas, religa-nos ao eterno. Não temos necessidade de leis nem de códigos, não temos outra necessidade além dos deveres da nossa vida.»
Jean Mabire e Pierre Vial
in "Os Solstícios – História e Actualidade", Hugin, 1995, pág. 74.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
A nossa fé
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