«Porque nos dizíamos fascistas? Porque tínhamos criado horror à democracia parlamentar, à sua hipocrisia, à sua imperícia, às suas vilezas. Porque éramos novos, porque o fascismo representava o movimento, a revolução, o futuro sobre o qual reinava, desde antes da guerra sobre dois terços da Europa. Porque eram precisos regimes fortes para lutar contra o comunismo, esse fascismo vermelho, e que se aliassem contra a III Internacional. Nós queríamos o partido único, abolindo as seitas políticas, o controlo rigoroso ou a estatização dos bancos, a defesa dos trabalhadores e dos empregados contra a inumana rapacidade do capitalismo. Não via a necessidade das controvérsias doutorais, das apreciações dos moralistas, dos palpites históricos, económicos e sociológicos para expor em princípios simples, esse programa de acção. Não éramos movidos pelo oportunismo. Tínhamos escolhido as nossas cores dez anos antes.»
Lucien Rebatet
in "Memórias de um Fascista", Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1988.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
"Não éramos movidos pelo oportunismo"
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Lucien Rebatet
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4 comentários:
A tradução destas Memórias foi um marco na edição em Portugal. Na altura não conhecia Rebatet e foi o facto de o livro(com uma tradução deficiente) conter em anexo o relato épico da passagem de Céline por Sigmaringen que me levou a comprá-lo.
Este post no entanto, parece dizer mais sobre a realidade pulhítica actual...
"o comunismo, esse fascismo vermelho", ah o grande Rebatet... já perdi a conta às vezes que reli este livro.
Abaixo a III, viva a VI Internacional!!!!
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