quinta-feira, 2 de abril de 2009

Manifesto do Turbodinamismo

1. Turbodinamismo – lê-se no “manifesto” da nova corrente artística lançada pela CasaPound – é exaltar o gesto gratuito, violento e descabido, com reverência e atenção ao bem vestir.
2. A arte morreu num tempo imemorial, revive apenas no imediato da acção arrojada e arriscada e confina a sua fruição apenas ao vangloriar-se depois com os amigos no pub.
3. Aos que perguntam que trabalho faz o batedor respondemos secamente que distribui virtude nas décadas de apnéia do bulismo de fachada.
4. Confinar a arte em lugares e eventos santifica a sua prisão, nós organizaremos evasões espectaculares com aquele fazer típico do canalha dos anos 20.
5. Os bons da arte, os batoteiros, os institucionais, estes malfeitores saquearam cada espírito feroz e cada Ύβρις, e nós voltámos para retomar tudo.
6. Contra a ânsia de air-bag das vossas paredes embutidas – continua, nós exaltamos as suturas e a ortopedia, a urgência e o maxilo-facial, pois são precisas fracturas para namorar com as enfermeiras.
7. Estamos cansados de ouvir cantar as vítimas e os abjectos, de ver glorificar profecias desérticas: reivindicamos aquele certo estilo necessário para atear um incêndio.
8. Aos anestésicos do politicamente correcto anunciamos que reduziremos sistematicamente em pedaços tudo, apenas pelo gosto de o fazer. Estamos conscientes que responder em cada ocasião “porque faz rir” a quem nos pergunta a razão de tamanha intolerância, não faz mais que engordar a nossa aura de torpeza, todavia faz rir.
9. A nossa tendência ao absoluto é fluidificada cada vez pelo gosto da irrupção, no imobilismo imperante ditamos a lei do mercúrio. Mas o facto de odiar praticamente todos não nos torna incapazes de cortejar uma mulher oferecendo-lhe rosas vermelhas.
10. O Turbodinamismo celebra a vida, com o paradoxo da destruição, celebra a carne e a aceitação titânica, disfarçando no sorriso a pulsão trágica e a metafísica da guerra. Degustaremos um bom whisky enquanto tudo arde, estabelecemos que o futuro nos pertence.

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