terça-feira, 27 de outubro de 2009

A "felicidade do maior número"


«Hoje, os insignificantes tornaram-se os senhores, todos pregam a resignação, a acomodação, e a prudência e a aplicação, e as considerações, e todo o extenso et caetera das virtudes miúdas.
Os homens efeminados, os filhos dos escravos e sobretudo a populaça mestiçada, tudo isso quer agora assenhorear-se do destino humano — ó horror, horror, horror!
Eis os que procuram e se inquirem sem descanso: «Como conservar o homem o mais tempo possível, o melhor possível, com mais agrado?» São assim os senhores da hora.
Será necessário subjugar estes senhores da hora, estes insignificantes, ó meus irmãos. São para o Super-humano o pior dos perigos.
Superai, peço-vos, Homens superiores, estas miúdas virtudes, estas pequenas astúcias, estes escrúpulos do tamanho de um grão de areia, este bulício de formigas, esta miserável satisfação de si, esta "felicidade do maior número"!»

Friedrich Nietzsche
in "Assim Falava Zaratustra", Guimarães Editores (2004).

2 comentários:

Anónimo disse...

Efectivamente a "felicidade para o maior número" triunfou com a ascensão do liberalismo. A ideia do "tudo para todos", cartilha anarquista, que é sua parente será o último berro do cisne, a seguir cairemos nas trevas mais inimagináveis possíveis. É efectivamente o avanço do horror.

Cumprimentos,

Pedro Garcia Pereira disse...

esse livro é o meu manual de sobrevivencia..
é bom ver este espaço de novo a funcionar.
abraço!