terça-feira, 3 de novembro de 2009

Roman von Sternberg-Ungern, o Barão livre


O Barão Roman Nickolai Maximilian von Ungern-Sternberg (1886 - 1921), de família oriunda da aristocracia alemã radicada no Báltico, foi uma das figuras mais enigmáticas e fascinantes do século XX: Militar do Exército Imperial Russo, condecorado com a Cruz de São Jorge, lutou ao lado das forças 'brancas' na guerra civil que se seguiu ao triunfo da revolução bolchevique. Vencido mas não convencido, um autêntico «monge-guerreiro-sonhador», este inconformista essencial dirigiu-se então para Oriente, em direcção à Mongólia, de que fez uma base e onde começou a organizar um exército heteróclito, formado por tribos mongóis, chineses, russos brancos e alguns voluntários ocidentais sob um único lema: «Morte aos Vermelhos!».

Invocando um sincretismo original entre o criatianismo ortodoxo, o Budismo e as crenças dos mongóis, von Ungern-Sterberg acabou por criar uma singular doutrina sobre o Karma e o destino da Humanidade. O seu objectivo de visionário era a constituição de um poderoso Império Asiático para combater aquilo que ele considerava ser a grande degradação do final do Ciclo: a revolução bolchevique. A aventura terminou quando um ataque prematuro do seu exército foi destroçado pela cavalaria comunista deixando depois o nosso Barão nas mãos do inimigo. O seu fuzilamento veio, tão só, coroar a sua fantástica vocação para o combate, para o sofrimento e para a violência, que nele tinham já eliminado qualquer traço de humanidade, de sentimento ou de racionalidade assumida. E foi assim que tombou, absolutamente livre.

VL

1 comentário:

Anónimo disse...

A internet é a única fonte de liberdsade cultural.

Cumprimentos,