O nome da velha Antioquia
A partir de 1907 George Sorel faz-se artesão de uma aproximação entra anti-democratas de esquerda e de direita. O órgão desta aproximação é a Reuve Critique des Idées et des Livres, onde o nacionalista George Valois publica os resultados do seu inquérito sobre La Monarchie et la Classe Ouvrière.
Em 1910 surge a revista La Cité Française. Depois, de 1911 a 1913, L'Indépendence. Aí se encontram as assinaturas de George Sorel, Jean Variot, Edouard Berth, Daniel Halévy, mas também dos irmãos Tharaud, de René Benjamin, Maurice Barrès e de Paul Bourget.
Em 1913, o jornalista Edouard Berth, autor de Méfaits des Intellectuels, saúda, em Maurras e em Sorel, «os mestres da regeneração francesa e europeia». Mas, em Setembro de 1914, Sorel escreve-lhe: «Entramos numa era que bem poderia ser caracterizada pelo nome de Velha Antioquia. Renan descreveu muito bem esta metrópole de cortesãos, charlatães e mercadores. Em breve teremos o prazer de ver Maurras condenado pelo Vaticano, o que será a justa punição das suas afrontas. Aliás a que poderia realmente corresponder um partido realista numa França unicamente ocupada em desfrutar a vida fácil de Antioquia?».
«A Maurras», explica o sociólogo Gaëtham Pirou, «Sorel reprovava o ser demasiado democrático, censura que, à primeira vista, pode parecer paradoxal. Na realidade o que Sorel queria dizer é que Maurras, positivista e intelectualista, não tinha repudiado a democracia senão sob o seu aspecto político e não no seu fundamento filosófico (George, Sorel, Marcel Rivière, 1927).
Alain de Benoist
in "Nova Direita Nova Cultura – Antologia crítica das ideias contemporâneas", Lisboa, Fernando Ribeiro de Mello/Edições Afrodite, 1981
segunda-feira, 7 de julho de 2008
George Sorel (III)
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