sábado, 13 de junho de 2009

A economia triunfa em toda a linha

"A proclamação solene dos direitos do «Terceiro Estado» em França constitui a etapa decisiva a que se seguem as variedades da «revolução burguesa», ou seja, exactamente da terceira casta, a que servem de instrumento as ideologias liberais e democráticas. Paralelamente, é característica desta era a teoria do contrato social: como vínculo social agora já nem sequer se encontra uma fides de tipo guerreiro, ou seja, relações de fidelidade e de honra. O vínculo social reveste-se de um carácter utilitário e económico: é um acordo assente na conveniência e no interesse material — o que só um mercador pode conceber. O ouro serve de intermediário e quem dele se apossar e souber multiplicá-lo (capitalismo, finanças, trusts industriais) por detrás da fachada democrática controla virtualmente também o poder político e os instrumentos que servem para formar a opinião pública. A aristocracia cede o lugar à plutocracia; o guerreiro, ao banqueiro e ao industrial. A economia triunfa em toda a linha. O tráfico de dinheiro e a agiotagem, outrora confinada nos guetos, invadem toda a nova civilização. Segundo a expressão de Sombart, na terra prometida do puritanismo protestante, com o americanismo e o capitalismo, não vive mais que «espírito judaico destilado»."

Julius Evola
in "Revolta Contra o Mundo Moderno", Publicações Dom Quixote (1989)

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