terça-feira, 17 de novembro de 2009

D'Annunzio, Poeta e Soldado — por Fiume!


Eia - Eia - Alala!

Foi numa missão ainda na Grande Guerra que Gabriele D'Annunzio lançou pela primeira vez o famoso grito Eia-Eia-Alala , sobrevoando Pola para a largar panfletos sobre a cidade. Atribuído a Aquiles pela tradição grega, era já o mesmo grito que haveria de ecoar por toda a história italiana do Vintennio, logo depois de renascer em Fiume, há pouco mais de 90 anos.
Na madrugada de 12 de Setembro de 1919, o combatente condecorado, poeta e artista D'Annunzio entrava em Fiume, a cidade-porto no Adrático injustamente recusada à Itália pelas potências Aliadas. Dirigia uma coluna de veteranos que foi crescendo pelo caminho, recolhendo voluntários e mantimentos. O comandante das forças italianas presentes recusou abrir fogo sobre outros italianos, abraçou-o a chorar e limitou-se a dizer «grande poeta, possa o teu sonho cumprir-se!»

A acção directa de D'Annunzio e dos seus 2000 «Fiamme Nere», os primeiros «camisas negras», tornou Fiume um «estado livre» que iria atrair nacionalistas, sindicalistas, anarquistas, intelectuais futuristas, soldados e artistas de toda a Itália. «Neste mundo louco e vil, Fiume é o símbolo da Liberdade» declarou il Comandante. Em memória da sua «marcha sobre Fiume» recordemos o lema que viveu: «Lembrem-se de ousar, sempre! »

«É preciso fazer a própria vida como se faz uma obra de arte. É preciso que a vida de um homem inteligente seja produzida por si próprio. A verdadeira superioridade não é mais do que isso»
Gabriele D'Annunzio, "Il Piacere"

1 comentário:

Tenaglia disse...

"He was a patriot and a poet, a dandy and a war hero. In turn-of-the-century Italy, no one embodied the cult of beauty and the love of action like Gabriele d’Annunzio. He was the incarnation of the Nietzschean Übermensch: narcissistic, powerful and seemingly invincible. Soldiers applauded his epic adventures; literati exalted his vast output; women couldn’t resist his voracious sexual appetite."