(via Zentropa)
Em plena Roma, a alguns passos do estádio olímpico, situa-se a «Area 19», a nova e já mítica ocupação realizada pelos militantes activistas da Casapound e da Fiamma Tricolore.
O que mais impressiona à primeira vista neste local é a sua dimensão. É realmente gigantesca esta antiga estação de metro construída para o campeonato do mundo de futebol, mas nunca concluída e utilizada parcialmente durante apenas quinze dias.
Até agora, foi um triste símbolo do desperdício estático e da incompetência irresponsável de uma plutocracia que desperdiça alegremente o dinheiro dos cidadãos sem nunca lhes prestar contas. A «Area 19» encarna doravante a vingança deste povo traído e enganado que ousa agora reapropriar-se do bem de que foi espoliado e que está decidido a não se deixar mais depenar passivamente pelos especuladores em todas as formas.
Por outro lado, para além deste forte simbolismo político, a «Area 19» oferece também aos militantes romanos uma estrutura cultural de primeira linha onde já foi organizado um concerto que reuniu mais de 600 pessoas e onde começam a florescer pinturas murais que transformarão, pouco a pouco, este cenário kakfiano feito de galerias intermináveis e túneis cruzados banhados de luz eléctrica intermitente, num lugar privilegiado da criatividade e da agit-prop identitária e social europeia.
A visita desta nova praça forte da rebelião é também uma ocasião para saudar, mais uma vez, o dinamismo e a abnegação dos militantes romanos que, visivelmente animados por uma chama sagrada que nada pode esmorecer, asseguram a guarda permanente e a renovação dos locais.
E quando, no coração da noite, brotar das gargantas dos camaradas reunidos à volta do seu chefe o tradicional grito de união «Eja, Eja, Alala» que ecoa quase sem fim no labirinto de betão, não poderemos evitar sentir um arrepio na nuca. Um arrepio rápido e violento que se assemelha um pouco à esperança.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
«Area 19», uma miragem bem real
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