«A ideia da vantagem comparativa funciona quando, por trás do artigo especializado produzido por cada parceiro comercial, subsiste intacta uma economia local complexa, com diversos papéis sociais e nichos profissionais, capazes de apoiar o projecto a longo prazo da comunidade. Porém, uma localidade organizada para produzir apenas um artigo para exportação acaba por ser um sistema esclavagista baseado na lógica económica da exploração. Na versão extrema da vantagem comparativa, sob o regime do inudstrialismo hiper/turbo de finais da era do petróleo, com os seus transportes ultrabaratos e as suas comunicações instantâneas que anulavam quaisquer vantagens da geografia, as únicas vantagens comparativas que restavam eram a mão-de-obra barata e o capital livre. Um grupo possuía toda a mão-de-obra barata e o outro todo o capital, e, durante algum tempo, um grupo produzia todas as coisas que o outro grupo «consumia». Por conseguinte, a vantagem comparativa transformou-se numa vigarice para benefício exclusivo das grandes empresas, que acabaram por usufruir de todas as vantagens enquanto as localidades arcavam com todos os custos.»
James Howard Kunstler
in "O Fim do Petróleo - O Grande Desafio do Século XXI", Bizâncio, 2006.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
E quando a bolha rebentar?
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