quinta-feira, 16 de julho de 2009

«Negar o Passado é um suicídio»

«Uma nação só existe quando há Tradição, quando há História. A negação sistemática em que vimos vivendo destrói a Tradição, destrói a História: logo, destrói a Nação. Os povos vivem do Passado. Negar o Passado é um suicídio. Este povo, o povo português, não se levanta pelo cepticismo negativista. Só será possível erguê-lo, injectando-lhe princípios orgânicos, alterando-lhe por completo a orientação em que vai, despertando-lhe intensivamente os seus elementos tradicionais, aquilo que ele tem, como todos os povos, de fundamental, de básico, de estrutural. O primeiro efeito do negativismo sistemático é a ruína do princípio da Autoridade. O primeiro do sistemático construtivismo, é o engrandecimento, o prestígio deste princípio. O nosso mal fundamental é, como já disse, a Anarquia. Ela filia-se no negativismo que tem sido o único sistema da nossa existência.
É preciso afirmar. Evidentemente que não me refiro à casta dominante, incapaz, por deficiência própria, de outra coisa, que não seja demolir. Dirijo-me aos que por uma má compreensão dos factos e das situações se têm deixado levar na corrente, pedindo-lhes que fixem aquele preconceito que Augusto Comte arvorou em lei: on ne détruit que ce qu`on remplace. Edifiquemos, primeiro, o que há-de substituir o defeituoso e depois destruamos então o que é mau. Há cinquenta anos que temos andado na fúria do bota abaixo. E que erguemos nós? Que edificámos nós? Mentiras, mentiras e só mentiras. A vida política, a vida social, a vida económica, a vida financeira, a vida mental deste pobre país, é um conjunto de mentiras e mistificações.»

Alfredo Pimenta
in «Novos Estudos Filosóficos e Críticos».

Boletim Evoliano #07

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Localismo

O localismo (do latim locus, lugar) é uma doutrina que consiste em privilegiar o que é local, com o objectivo de favorecer a coesão social e a produção de proximidade, e dessa forma o emprego local e a preservação do ambiente através de uma menor pegada ecológica ligada ao transporte de mercadorias.
Surgido no século XX, o conceito de localismo é fortemente inspirado pelas obras de Leopold Kohr, Ernst Friedrich Schumacher, Wendell Berry e Kirkpatrick Sale, entre outros. O deputado britânico do partido trabalhista Alan Milburn falava assim em "tornar os serviços localmente responsáveis, delegando mais poder nas comunidades locais e, no processo, forjar uma relação moderna entre o Estado, os cidadãos e os serviços". Ao longo da década de 1980, desenvolveu-se uma tendência localista nos Estados Unidos, visando privilegiar o consumo de produtos locais. Esse movimento nascia com o desenvolvimento da agricultura biológica e o crescente descontentamento com o desenvolvimento da agricultura intensiva, caracterizada pelo uso de produtos químicos e pela penalização das pequenas explorações agrícolas. O argumento principal era mais ecológico que proteccionista: a poluição provocada no transporte de mercadorias tornava-se preocupante numa economia cada vez mais globalizada, poluição que podia por isso ser diminuida graças a um consumo local. Entre as formas históricas de organização localista, pode mencionar-se o Mir russo surgido durante a Idade Média e extinto durante a era comunista.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Uma árvore

«Uma civilização, uma nação, um povo, uma raça, assemelham-se a uma árvore. As raízes são o fundamento biológico, isto é, o substrato genético, num sentido mais amplo, de onde tudo procede. O tronco, a cultura, é o conjunto das manifestações étnicas de ordem mental e espiritual. A folhagem representa as manifestações exteriores da civilização, da economia, das técnicas, das artes, da potência material. Quando o tronco e a folhagem são feridos ou ficam doentes, a cura é possível enquanto as raízes forem sãs e puderem regenerar o conjunto. Mas se estas últimas forem atingidas pelo desmoronamento demográfico, pela mestiçagem, pela imigração alógena maciça, para além de um certo limiar, não se pode mais voltar atrás, a árvore cai, o povo de cepa e tudo aquilo que criou petrificam-se para sempre na morte, dado que o código identitário desapareceu, foi parasitado e alterou-se».

Guillaume Faye

Pelas estradas da Europa...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Entrevista com Pierre Vial

A propósito da vinda de Pierre Vial a Lisboa, no âmbito da Universidade de Verão da associação Terra e Povo, o Inconformista decidiu traduzir uma das mais recentes entrevistas dadas por esta figura de referência indentitária europeia, concedida ao grupo católico francês GénérationFA8.

É presidente da associação Terre et Peuple. Antigo membro do Front National, foi igualmente um dos fundadores do GRECE. Anima também o centro de análise e de formação política Europe-Identité. Com esta entrevista, Pierre Vial faz o ponto da situação do seu compromisso político e associativo. Apresenta-nos os seus pontos de vista, as suas ideias e expõe claramente as razões do seu compromisso.

Bom dia. Pode apresentar-se em poucas palavras?
Nascido a 25 de Dezembro (é verdade!) de 1942, juntei-me às fileiras da Jeune Nation na Primavera de 1958. Participei nos combates oficiais (Fédération des Etudants Nationalistes) e clandestinos pela Argélia Francesa. Seguiu-se a adesão à Europe-Action (e a passagem de um nacionalismo francês para um nacionalismo europeu) e depois o lançamento, em 1968, de um trabalho metapolítico com o GRECE, fundado com uma dezena de camaradas. Fui secretário-geral entre 1978 e 1984. Em 1987 juntei-me ao Front National (decisão muito mal vista por Alain de Benoist e os seus apoiantes, à qual se deveu o meu divórcio com a Nova Direita, cujas novas orientações, em ruptura com a linha inicial, não me agradavam). Eleito conselheiro municipal pelo FN em Villeurbanne (segunda maior cidade de Rhône, com 130 000 habitantes) entre 1989 e 2006, fui além disso conselheiro regional de Rhône-Alpes de 1992 a 2004. Membro do Conselho Político do FN desde o congresso de Estrasburgo, fui um dos organizadores da cisão de 1998, antes de me desiludir rapidamente com Mégret (afastei-me quando recusou comprometer-se em não apelar ao voto em Chirac [contra Le Pen]). Em 1995, fundei a associação Terre et Peuple e juntei-me recentemente à direcção da Nouvelle Droite Populaire, convidado pelo meu velho amigo Robert Spieler.

Como disse, aderiu recentemente à Nouvelle Droite Populaire (NDP). Se o PDF ou o FN, por exemplo, lhe propusessem a sua adesão, qual seria a sua resposta e as razões associadas?
Tenho a maior estima por Carl Lang e incitei os membros da Terre et Peuple a ajudar na sua campanha para as Europeias e espero bem ver nascer uma estrutura federativa que, de uma forma flexível, preservasse a autonomia dos partidos NDP, PDF, MNR e, se fosse possível, de outras organizações. Contribuirei, da melhor forma possível, para um projecto desse tipo, porque creio que o tempo das estruturas monolíticas, que existem através de um homem (ou mulher...), terminou. Esta última frase é a minha resposta relativamente ao FN.

As perspectivas do futuro são bem sombrias para o nosso país e a nossa civilização. As estatísticas económicas, demográficas, não jogam a nosso favor. Tem ainda esperança que a situação se inverta? De resto, como é tal coisa possível?
Maurras dizia que em política o desespero é uma estupidez absoluta e tinha razão sobre esse ponto como em muitos outros. Posto isto, a situação não incita ao optimismo. A crise financeira e económica, que demonstra o perigo intrínseco do liberalismo capitalismo, fez muitos estragos e muitas vítimas, e talvez ainda não tenhamos visto o pior... Mas faço parte daqueles que consideram a economia — ou seja, o facto de colocar a economia como agente director da evolução das sociedades humanas, ideia própria tanto do liberalismo como do marxismo — é um erro fundamental. A economia é um instrumento indispensável que um poder político digno desse nome utiliza da melhor forma possível em vez de ser usado por ele, como acontece hoje em dia. O problema é muito diferente com a demografia, que é uma chave essencial da História. Mas cabe ainda ao poder político competente apoiar e gerir uma verdadeira política de natalidade. Os povos sem crianças, ou com muito poucas crianças, estão condenados a ser submergidos pelos povos reprodutores. Dito isto, partilho o ponto de vista frequentemente expresso por Dominique Venner na Nouvelle Revue d'Histoire: a História nunca foi escrita de antemão, continua aberta, tudo é ainda possível. Só é preciso haver uma vontade. Porque, como se diz, onde houver uma vontade, há um caminho.

Toda a gente sabe que o Pierre Vial é pagão. No entanto, vimo-lo recentemente em Saint-Nicolas du Chardonnet para honrar um camarada que partiu demasiado cedo. O esforço que fez ilustra-o. Contudo, serão os responsáveis políticos da nossa família de pensamento capazes de fazer compromissos ou pôr água na fervura, para que se possa falar para saber o que é possível construir em conjunto?
Farei ainda referência a Maurras a propósito do necessário compromisso nacionalista. Que assenta sobre o imperativo de agrupar todas as forças disponíveis para fazer face ao perigo mortal que ameaça a nossa cultura e a nossa civilização, representado pela imigração-invasão. Para utilizar uma imagem simples, quando a casa está em chamas todos os bombeiros são bem-vindos. Como defendo a importância de unir as palavras aos actos, trabalhei sem problemas, durante a década de 90, com célebres católicos tradicionalistas: no FN trabalhei com Bernard Antony na formação de quadros e tenho colaborado com a Présent. Gostei muito de conversar com Dom Gérard em Barroux. Percebo que isso perturbe a priori certas pessoas, mas nunca apreciei o sectarismo.

A islamização da nossa sociedade é um facto difícil de negar. Como fazer para combater o fenómeno? Da mesma forma, acha que é possível ser muçulmano e francês?
A islamização é um fenómeno de guerra cultural. Ao contrário do que dizem aqueles que recusam admitir as evidências, o choque de civilizações é uma realidade. Não se pode lutar contra uma concepção do mundo sem lhe opor uma outra concepção do mundo (por exemplo, o lugar e papel reconhecido à mulher numa sociedade...). O Islão e a cultura europeia não são compatíveis.

Uma parte não negligenciável do movimento nacional vê no Islão a principal ameaça à França e à Europa. Ora, num sistema republicano, a religião é um assunto privado e não pode, por conseguinte, representar um perigo ao funcionamento do Estado. Qual é a diferença entre o Islão e as outras religiões implantadas há muito mais tempo na Europa?
O Islão é uma religião de conquista: o mundo inteiro deve ser, mais cedo ou mais tarde, submetido à Lei de Alá. A qual deve regular todos os actos do indivíduo no seio de uma sociedade formatada pelos ditames do Corão. Por isso mesmo, o Islão não é, nem pode ser, uma simples escolha de vida privada, já que se impõe no terreno público. Os ingénuos (ou os cúmplices) que falam de um islão tolerante querem fazer esquecer o velho princípio muçulmano: beija a mão que não podes cortar. Até ao dia...

Longe de um «choque de civilizações» ou de um problema de véus, pode pensar-se razoavelmente que os diferentes povos europeus aceitem de facto abandonar os seus hábitos e direitos em proveito de costumes vindos dos quatro cantos do mundo? Como fizeram para que os diferentes povos europeus não rejeitassem de forma maciça os constrangimentos insuportáveis impostos pelos diferentes governos que trabalharam pelo mundialismo?
Os Europeus são vítimas de um condicionamento mental muito eficaz, que começa nos infantários e prossegue em especial pelos meios de comunicação social, em favor da «abertura ao outro», do dever da tolerância, do imperativo da culpa. Tudo em nome dos «direitos do homem», religião cujos zelotas têm por objectivo fazer tombar as defesas imunitárias da mente europeia, formatando-a à sua maneira. Tendo em contra os meios que estas pessoas dispõem, controlando todas as formas de poder (político, social, económico, cultural), não surpreende que tenham conseguido tornar muitos europeus desnorteados, desmiolados, desarmados.

Numa perspectiva de união das forças nacionais, o Front National teria o seu lugar numa próxima reconstituição? Da mesma forma, o que pensa das Bases de renovação nacional e identitária propostas pela NDP? O Bloc Identitaire e os seus numerosos movimentos satélite teriam lugar nesse projecto?
As Bases previstas pela NDP serão uma excelente ocasião de reflectir sobre o projecto de união de forças nacionais. Estendemos e estenderemos a mão a todos. Veremos bem quem quiser tomá-la. O papel do FN, numa tal perspectiva, dependerá de Marine Le Pen já que é ela que, de facto, vai receber a herança paternal. Quanto ao Bloc Identitaire, muitos dos seus militantes estão no mesmo comprimento de onda que nós, ao ponto de um certo número de elementos serem ao mesmo tempo membros do Bloc e da Terre et Peuple. Não há por isso qualquer problema na base. Pelo contrário, sempre que estendi a mão a Fabrice Robert, Vardon e Roudier, não tive qualquer resposta (a não ser indirecta, por um diz-que-disse, já que estas pessoas nunca disseram pessoalmente aquilo que pensam, do género «Vial é demasiado extremista (sic), e de resto a Terre et Peuple não representa nada (resic) e de todas as facções somos os melhores, todos os outros são cretinos»). É evidentemente um erro, já que o sectarismo faz, objectivamente, o jogo dos nossos inimigos, que temem sobretudo a união das forças nacionais.

Como conciliar as diversas tendências dos resistentes ao sistema mundialista? Alguns estão mais próximos a uma visão da França como nação, outros nem tanto. Há republicanos, monárquicos e regionalistas autonomistas. Há católicos, ateus, protestantes e pagãos... Nessas condições, a ideia de um compromisso para um projecto unitário, em si, é possível ou mesmo desejável?
Como afirmei anteriormente, o compromisso nacionalista é a condição sine qua non para o nosso campo ter uma hipótese de colocar em acção o único programa de acção que se impõe actualmente: perante a invasão, resistência e reconquista. Sob este estandarte, devem reencontrar-se ombro a ombro, esquecendo por uma vez o espírito de capela, todos os que querem que os seus filhos e netos tenham ainda um futuro digno de ser vivido sobre a nossa terra. Tudo o resto é literatura. Evidentemente, para isso, é preciso um pouco de inteligência e muita coragem...

Está de acordo com a frase: a Europa é uma civilização grega, latina e cristã?
Acrescentarei a componente germânica, céltica e eslava. Quanto à parte cristã, ela é um dado histórico absurdo de negar. Seria necessário precisar um certo número de aspectos — que implicariam desenvolvimentos demasiado longos — sobre o facto de que o cristianismo, nascido num meio judaico, europeizou-se a partir da Antiguidade para se implantar na Europa, utilizando um sincretismo inteligente com as religões que a precederam no solo europeu. Sincretismo posto em causa com a evolução modernista conduzida pelo Vaticano II.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Não seremos os últimos

«Se o Europeu se habitua a não mandar, bastará geração e meia para que o Velho Continente, e atrás dele o mundo todo, caia na inércia moral, na esterilidade intelectual e na barbárie omnímoda. Só a ilusão do império e a disciplina de responsabilidade que isso inspira podem manter em tensão as almas do Ocidente. A ciência, a arte, a técnica e tudo o resto vivem da atmosfera tónica que é criada pela consciência de mando: se esta faltar, o Europeu envilecer-se-á pouco a pouco. As mentes já não terão essa fé radical em si mesmas que as lança enérgicas, audazes, pertinazes, à captura de grandes ideias novas em todas as ordens. O Europeu tornar-se-á definitivamente quotidiano. Incapaz de esforço criador e de luxo, recairá sempre no ontem, no hábito, na rotina. Tornar-se-á uma criatura grosseira, formulista, chocha, como os Gregos da decadência e os de toda a história bizantina.»

Ortega y Gasset
in "A Rebelião das Massas", 1930.

Esta é a Velha Europa

terça-feira, 7 de julho de 2009

A Lição de Codreanu

«Um chefe legionário dirá: "não prometemos dinheiro, mas prometemos justiça. Não prometemos fazer algo por ti, mas prometemos actuar e lutar pela nossa terra. Quem quiser lutar pela justiça e pela honra do país, quem quiser actuar pela sua pátria, quem quiser sacrificar-se a nosso lado, que venha connosco".»

Corneliu Zelea Codreanu

Projecto Património Verde 2009

«No ano passado demos início em Esposende a este projecto que visava a protecção florestal, conforme foi referido na altura: "Como Nacionalistas, a defesa do património natural e cultural é uma das nossas preocupações fundamentais. Como tal, no próximo dia 29 de Agosto, sexta-feira, o núcleo do PNR de Viana do Castelo promove uma acção de vigilância florestal no mítico Monte de S. Lourenço, no concelho de Esposende." É com uma ponta de orgulho que afirmamos que este projecto foi um sucesso e, como tal, este ano voltará a ser realizado. O Projecto Património Verde 2009 será em Barcelos, mais propriamente no Monte do Facho no dia 25 de Julho. Em 2009 para além da componente de vigilância e protecção florestal iremos plantar algumas dezenas de Carvalhos. Para participares contacta vianatp@gmail.com».

Mais informações: Braga Terra Portuguesa.

O Reino da Incompetência

«Os incompetentes são sempre o maior número. E é esse maior número de incompetentes que tem de eleger, de descobrir as competências. Como há-de fazê-lo?
Para se adquirir uma competência determinada, foi preciso seguir um curso, realizar certos estudos, trabalhar durante longos anos. E quando se chega ao fim, aparece o voto anónimo e leviano dos incompetentes — e é esse que decide!
Com a sua vibrante lucidez, o sindicalista Georges Sorel definiu assim a Democracia, a ditadura da incapacidade.
Aceitemos a definição, e poderemos, alterando ligeiramente os termos, dizer: logo, a Democracia, suspensa dos juízos, sem preparação nem autoridade, do maior número — é o reino da Incompetência.»

João Ameal

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Editado livro da Tierra y Pueblo

«O início do século XXI está marcado pelo confronto entre o pensamento único da globalização e a defesa das diferenças e das identidades num mundo multipolar. A resistência à hegemonia mundialista só poderá vir daqueles que estiverem conscientes da sua "mais longa memória", como assinalou Nietzsche. Nestas páginas, desejámos sintetizar as chaves da nossa memória, da memória de Espanha e dos povos que a compõem. Uma Espanha que só pode entender-se na sua pertença — pela sua origem e futuro — à Europa, a nossa "grande unidade de destino no universal".»

Fonte: Associação Tierra y Pueblo

Manifestação reprimida na Hungria

Na Hungria, uma manifestação contra a decisão de proibir a Guarda Húngara e o uso dos seus uniformes e emblemas acabou com uma violenta repressão policial. Apesar da manifestação ter sido proibida pelas autoridades, mais de 2000 húngaros pertencentes a mais de 20 organizações juntaram-se no último sábado em Budapeste para protestar contra a ordem de dissolução. Após uma violenta acção policial, foram detidos mais de 200 activistas, registando-se inúmeros feridos. Para o próximo sábado está agendada uma nova manifestação.

O cancro suburbano

"Nos anos 80 e 90, assistiu-se nos Estados Unidos a uma conversão de bens públicos em luxos privados, ao empobrecimento do domínio cívico e, para falar com franqueza, à violação da paisagem — um enorme empreendimento entrópico que foi a fase culminante dos subúrbios. O segredo sujo da economia americana dos anos 90 consistia no facto de estar reduzida à criação da expansão suburbana e ao fornecimento, equipamento e financiamento dessa actividade. Assemelhava-se à eficácia do cancro. Nada mais interessava realmente a não ser a construção de habitações suburbanas, a negociação de hipotecas, a venda do grande número de automóveis de que os habitantes precisavam, a transformação das ruas em auto-estradas com toda a infra-estrutura comercial necessária e o transporte de enormes quantidades de mercadoria feita na China, por um preço baixíssimo, para encher estas casas.
A economia de expansão suburbana era uma reacção sistémica e auto-organizada à abundância de petróleo desmesuradamente barato, com uma entropia cada vez maior traduzida numa variedade crescente de manifestações, desde a destruição das terras de cultivo até à decadência das cidades, à depressão psicológica generalizada, aos tiroteios nas escolas, à obesidade epidérmica. Os Americanos não questionavam a validade da economia de expansão suburbana. Aceitavam-na pelo seu valor facial, como a consequência óbvia e lógica das suas expectativas e sonhos, e defendiam-na com unhas e dentes contra as críticas. Ignoraram firmemente a sua característica evidente — o facto de não ter futuro quer enquanto economia, quer enquanto modo de vida. Cada modificação introduzida no sistema suburbano diminuía as suas probabilidades de sobreviver a qualquer mudança nas condições, particularmente no que diz respeito ao petróleo barato."

James Howard Kunstler
in "O Fim do Petróleo - O Grande Desafio do Século XXI", Bizâncio, 2006.

domingo, 5 de julho de 2009

Conservadorismo

«De qualquer modo, ao afirmar que uma Direita não deve ser caracterizada por um conservadorismo estático quer-se dizer que devem, isso sim, existir certos valores ou certas ideias-base operando como um firme terreno, e que aos mesmos se devem dar diferentes expressões, adequadas ao desenvolvimento dos tempos, para não se ser ultrapassado, para retomar, controlar e incorporar tudo aquilo que se vai manifestando à medida que as situações variam. Este é o único sentido no qual um homem de Direita pode conceber o “progresso”; não se trata de simples movimento para a frente, como demasiadas vezes se pensa, sobretudo entre as esquerdas; de uma “fuga para a frente” pôde falar a este respei to com razão Bernanos (“où fuyez-vous en avante, imbécils?”). O “progressismo” é uma quimera estranha a toda a posição de Direita. Também o é porque numa consideração geral do curso da história, com referência aos valores espirituais, não aos materiais, às conquistas técnicas, etc., o homem de Direita é levado a reconhecer uma descida, não um progresso e uma verdadeira subida. Os desenvolvimentos da sociedade actual não podem senão confirmar esta convicção».

Julius Evola
in Boletim Evoliano #06.

Kawthoolei

Kawthoolei é o nome dado pelos Karens ao Estado que tentam criar desde a década de 40. O significado preciso é disputado no seio dos próprios Karens. Como interpretações possíveis encontram-se as expressões «País das flores» ou «Terra sem mal». De acordo com Martin Smith na sua obra «Burma: Insurgency and the Politics of Ethnicity», Kawthoolei significa também «A Terra carbonisada», que corresponde à terra pela qual se batem. As fronteiras de Kawthoolei correspondem mais ou menos à actual região administrativa de Kayin cuja capital é Pa-an, à qual se acrescenta a zona do delta do rio Ayeyarwady, habitada por numerosos Karens. O nome de Kawthoolei é de facto relativamente recente, sendo uma criação do líder Karen Ba U Gyi, histórico chefe assassinado durante a independência da Birmânia em 1950.

sábado, 4 de julho de 2009

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Da inutilidade das barragens

"Reprimido, o impulso transborda e, espalhada a torrente, é o sentimento; espalhada a torrente, é a paixão; espalhada a torrente, é a própria loucura: tudo isso depende da força da corrente, da altura e da resistência da barragem. O ribeiro sem obstáculos corre única e simplesmente ao longo dos canais que lhe foram destinados, em direcção a uma calma euforia. O embrião tem fome: do princípio ao fim do dia, a bomba de pseudo-sange dá, sem parar, as suas oitocentas voltas por minuto. O bebé decantado berra. Imediatamente uma enfermeira aparece com um biberão de secreção externa. O sentimento está à espreita durante o intervalo de tempo que separa o desejo da satisfação. Reduza-se esse intervalo, derrubem-se todas essas velhas e inúteis barragens."

Aldous Huxley
in "Admirável Mundo Novo" (1946)

Festa de Santiago

Durante os dias 25 e 26 de Julho, pelo quinto ano consecutivo, a associação Edenia celebrará a Festa de Santiago, consagrada ao patrono de Espanha. O evento engloba recepção, jogos desportivos, almoço e troca de experiências. As inscrições custam 5€ e devem ser feitas até 18 de Julho, através do endereço de correio electrónico da associação.

Fonte: Grupo Edenia

quinta-feira, 2 de julho de 2009

This machine kills assholes

Dissidentes 2.0

Desde a sua criação, os Identitários fizeram da internet uma arma ao serviço da defesa das nossas identidades. Inscrevendo-se numa abordagem profundamente arqueofuturista, foi sobre a plataforma de blogues, de fóruns, através de faxes ou e-mails, que os militantes da mais longa memória frequentemente lançaram ataques contra a fortaleza da uniformização.

Recentemente, o vídeo de uma terrível agressão descoberta e difundida graças a um conjunto de vectores de difusão 2.0 (a rede de segunda geração — em especial a rede social Facebook, as plataformas vídeo Youtube e RuTube, um fórum de videojogos, o blogue Fdeshouche), pôde chegar a centenas de milhares de pessoas, até forçar os meios de comunicação «tradicionais» a divulgar o sórdido — e banal — acontecimento. Não há dúvida que este acontecimento não tem nada de anedótico. Pela primeira vez, a relidade impôs-se na imprensa por meio de uma pressão popular exercida pelos canais ainda incontroláveis. Os governantes, esses, perceberam bem o que está a passar-se e a gritante prova são as actuais tentativas actuais de colocar a internet sobre tutela estatal.

Pioneiros da utilização da internet como ferramenta militante (em complemento da acção sobre o terreno, de modo a que, por exemplo, um vídeo de uma acção possa ser transmitido ainda que seja necessário ter realizado essa acção...) continuamos a olhar de uma forma particular a evolução das novas tecnologias. Dessa forma, nos últimos meses, tanto o sítio do Bloc Identitaire como a agência Novopress sofreram uma remodelação que teve em conta as novas possibilidades da internet. Ao mesmo tempo, a utilização do audio e do vídeo foi aumentada, já que cada vez mais militantes são formados nessas técnicas de comunicação. Daqui em diante, com muito pouco investimento material, qualquer um de nós poderá ser a imprensa e tornar-se ao mesmo tempo vector de verdade e protagonista da resistência.

Fabrice Robert
Presidente do Bloc Identitaire

Fonte: Blog Identitaire

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A Vocação dos Extremos

"E depois, convenhamos que ser acusado de extremista não é coisa que fique ou assente mal a um Português digno desse nome e que se preze de o ser, pois se há atributo que, desde sempre, nos concerne e tipifica em tudo, é justamente a vocação dos extremos, tanto assim no plano da História como no da própria envolvente geográfica. Ou vamos negar que nos achamos territorialmente situados e inscritos no «extremo» ocidental da Europa, com receio de não parecermos suficientemente moderados?!... E historicamente falando: — é ou não é igualmente indesmentível que a vocação dos antípodas, o apelo e a atracção dos extremos — do «Extremo-Oriente», por exemplo, que incessante e persistentemente demandámos, e aonde fomos os primeiros ou dos primeiros a arribar —, constitui uma das nossas maiores e distintivas marcas de referência, como Povo?... Ou vamos negar que assim seja, só para não nos terem na conta de uns extremistas «do caraças»?!..."

Rodrigo Emílio