sábado, 31 de maio de 2008

Tortuga TV

A CasaPound Itália, em colaboração com o grupo de informação "V2 entertainment", o fórum de destra radicale VivaMafarka e a Radio BandieraNera, anunciou há poucos dias a criação de www.tortugatv.org, a primeira webTV não conforme.
Histórias, reportagens, entrevistas, conferências, filmes, concertos, debates e documentários. Uma televisão sem publicidade e sem tele-realidade. Uma televisão politicamente incorrecta e inconformista.
A transmissão começará a 1 de Junho de 2008 e estará activa 24 horas por dia. Os directos e os diários informativos estão previstos para Setembro. Entretanto, a Tortuga TV procura colaboradores assíduos, cinéfilos incondicionais, entusiastas da montagem, operadores de câmara e outros especialistas.

"A União Europeia, a Sérvia e a questão do Kosovo"

Realiza-se no próximo dia 6 de Junho, sexta-feira, às 11 horas, no anfiteatro 1 da Universidade Lusíada de Lisboa, uma conferência com o tema "A União Europeia, a Sérvia e a questão do Kosovo".
Estão previstas intervenções do Embaixador da Sérvia em Portugal, Dusko Lopandic, de Ksenija Milivojevic, conselheira governamental sérvia, de Pedro Caldeira Rodrigues, jornalista especializado em assuntos do Sudeste da Europa, e de Humberto Nuno Oliveira, professor e dirigente da Associação Portugal Sérvia.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A escravatura dos novos tempos

"O que se deve antes salientar é que se houve alguma vez uma civilização de escravos em grande escala, foi exactamente a civilização moderna. Nenhuma civilização tradicional viu alguma vez massas tão numerosas serem condenadas a um trabalho obscuro, sem alma, automatizado, a uma escravatura que nem sequer tem como contrapartida a elevada estatura e a realidade tangível das figuras de senhores e de dominadores, mas que é imposta de maneira aparentemente inofensiva pela tirania do factor económico e pelas estruturas absurdas de uma sociedade mais ou menos colectivizada. E como a visão moderna da vida, no seu materialismo, retirou ao indivíduo todas as possibilidades de conferir ao seu próprio destino um elemento de transfiguração, de ver nele um sinal e um símbolo, assim a escravidão de hoje em dia é a mais tenebrosa e a mais desesperada de todas as que foram alguma vez conhecidas."

Julius Evola

in "Revolta contra o Mundo Moderno", Publicações Dom Quixote (1989)

Consumismo

O capitalismo pretende comunizar o consumo tornando-o igualitário. A ideia de standardização não quer dizer outra coisa. É necessário pensar para além do capitalismo e do comunismo.

Drieu la Rochelle

in "Genève ou Moscou" (1928)

Dia 10 de Junho os identitários saem à rua

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Foro753

Em 2003 em Itália, antes da CasaPound e da Area19, existia o Foro753. Pioneiros das ocupações nacionalistas, estes italianos ocuparam um edifício abandonado há mais de 30 anos, localizado perto do mítico Coliseu de Roma. Jovens e decididos, criaram o primeiro centro sociale di destra, abrindo caminho a toda uma nova geração, toda uma nova atitude da extrema-direita italiana. Se de início despertaram a desconfiança da vizinhança, as coisas mudaram pouco depois, quando os habitantes da zona compreenderam que os "fascistas" nada tinham a ver com os estereótipos difundidos pela imprensa. Rapidamente os ocupantes recuperaram o interior do edifício, com o objectivo de devolver o espaço à comunidade. Criaram auditórios, estúdios musicais, um bar, um ginásio. Promoveram aulas de inglês, de música, de boxe. Desenvolveram conferências, debates, exposições e acções de solidariedade, recolhendo sangue ou coordenando o envio de garrafas de água para as vítimas do tsunami asiático. Os ocupantes nunca negaram as suas referências culturais: cumprimentam-se "à romana", pelos pulsos, como os antigos legionários. A decoração do edifício remete para o Império Romano e para o movimento fascista.
O êxito da ocupação atraiu a atenção da imprensa, da autarquia e do resto da destra radicale italiana. Em pouco tempo, o governo regional, proprietário do imóvel, recuperou o exterior, abrindo ao mesmo tempo negociações com os ocupantes, com vista a criar um museu no edifício. Depois de grandes negociações, o centro social acabou por ser desocupado, em troca de um espaço devidamente legalizado, cedido pela autarquia de Roma.
Em 2007, o Foro753 reabriu. O centro sociale di destra continua a existir, mas agora noutra parte da cidade. Mantém-se um ponto de referência das ocupações romanas e um modelo de liberdade e justiça social. Quanto ao museu, nunca chegou a ser construído. O mentor do projecto, Ugo Cassone, é hoje um dos adjuntos de Gianni Alemanno, o presidente da Câmara de Roma, muito ligado ao meio nacionalista italiano.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Revolução Nacional

A Revolução de 28 de Maio de 1926, Golpe de 28 de Maio de 1926 ou Movimento do 28 de Maio, também conhecida por Revolução Nacional, foi um pronunciamento militar de cariz nacionalista e anti-parlamentar que pôs termo à Primeira República Portuguesa, levando à implantação da auto-denominada Ditadura Nacional, depois transformada, após a aprovação da Constituição de 1933, em Estado Novo, regime que se manteve no poder em Portugal até à Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974. De vulgar golpe militar, o movimento iniciado a 28 de Maio transformou-se numa vastíssima coligação de republicanos conservadores, monárquicos e nacionalistas revolucionários com um núcleo de jovens oficiais, apoiado e aceite por todos os sectores sociais e pela esmagadora maioria dos portugueses A revolução começou em Braga, comandada pelo general Gomes da Costa, sendo seguida de imediato em outras cidades como Porto, Lisboa, Évora, Coimbra e Santarém. Consumado o triunfo do movimento, a 6 de Junho de 1926, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, Gomes da Costa desfila à frente de 15 mil homens, sendo aclamado pelo povo da capital.

Funcionários...

"A classe política repete que a política não deve exercer funções económicas mas apenas criar um marco de condições apropriadas para que se desenvolva uma boa economia. E se reformulássemos invertendo a ideia? Diríamos: a economia não deve fazer política mas apenas criar um marco de condições apropriadas para que a política alcance as suas melhores metas: autarcia, soberania, justiça social.

Uma e outra tese são, em si mesmas, imagináveis. Estranhamente a segunda jamais foi pronunciada por um representante da classe política. Porquê? Falta de imaginação? Ou definir-se-á essa classe política como delegação do poder económico ante a massa eleitoral?"

Carlos Dufour

"Todos eles terão amor à sua servidão"

"Não há nenhuma razão, bem entendido, para que os novos totalitarismos se pareçam com os antigos. O governo por meio de cacetes e de pelotões de execução, de fomes artificiais, de detenções e deportações em massa não é somente desumano (parece que isso não inquieta muitas pessoas, actualmente); é — pode demonstrar-se — ineficaz. E numa era de técnica avançada a ineficácia é pecado contra o Espírito Santo. Um estado totalitário verdadeiramente «eficiente» será aquele em que o todo-poderoso comité executivo dos chefes políticos e o seu exército de directores terá o controle de uma população de escravos que será inútil constranger, pois todos eles terão amor à sua servidão."

Aldous Huxley
in prefácio de "Admirável Mundo Novo" (1946)

terça-feira, 27 de maio de 2008

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Gianluca Iannone expulso da Fiamma Tricolore

Semana conturbada para muitos camaradas italianos, especialmente para Gianluca Iannone e a sua comunidade romana, que apesar do mal-estar que se vivia, não esperava um desfecho destes.
Um mal-estar que se foi instalando gradualmente um pouco por toda a Itália, devido a uma linha de conduta que prejudica as bases militantes e cria barreiras e limitações a uma linha estratégica que as mesmas querem seguir. O processo culminou no virar de costas da direcção do partido à CasaPound Latina, recusando o pedido para aí instalar a sede regional da Fiamma Tricolore.
Fartos de esperar por um congresso nacional para definir cargos e chefias e reorganizar a estrutura da Fiamma Tricolore, fartos de exigir que os representantes locais fossem escolhidos pelos militantes e por mérito e não nomeados por amizades ou titulos "vitalícios" e simpatias várias, Gianluca e os seus rapazes, numa atitude tanto simbólica como "mishimiana", ocuparam a sede do partido em que até sabado militavam, exigindo a realização do tal congresso e uma tomada de posição claras e inequívocas que pudesse dar um rumo concreto à Fiamma que não apenas esperar por uma proposta de Berlusconi.
Um raid onde o objectivo era claramente obrigar a direcção do partido a largar a apatia em que vive e dar voz às bases militantes que resgataram um partido agonizante de uma morte lenta mas que continuavam sem se ver respeitadas nem ouvidas.
Infelizmente Romagnoli não percebeu, ou talvez já contasse fazer este sacrifício de forma a livrar-se de algumas situações que pudessem colocar em risco o bilhete para o reino das poltronas do P.D.L de Berlusconi. O que toda a gente se pergunta agora é como irá sobreviver a Fiamma sem a sua base militante, aquela que se sujava de cola e passava noites em claro na rua, aquela que levou o projecto "Mutuo Sociale" a toda a Itália e que levou novamente o partido à política e batalha diária, não apenas a um mês das eleições com negociatas de salão.
De facto a criação de CasaPound Itália e as várias secções por todo o país como alternativa a um partido controlado por velhas "carcaças" ja deixavam entrever que o copo estava prestes a entornar e o afastamento estava para acontecer.
Imediatamente a seguir à ordem de expulsão dada por Romagnoli que acusa Gianluca Iannone de uma acção anti-estatutária ao ter ocupado a sede (os mesmos estatutos que prevêem a convocação de um congresso nacional de 2 em 2 anos), várias secções locais da Fiamma emitiram comunicados exprimindo solidariedade a Gianluca Iannone e abandonando o partido, prometendo entregar cartões de militante na 2ª feira e cancelar vários sítios internet do partido, cancelando desde já a ligação e avançando totalmente para o projecto CasaPound Itália, recomeçando não do zero, mas de um sentimento mais forte que o fogo... a camaradagem e a crença num projecto que resume um estilo de vida.

Mobilização total!

10 de Junho, Dia de Portugal
Todos à rua com o PNR

No dia 10 de Junho, novamente, o PNR vai celebrar o Dia de Portugal, com uma manifestação em Lisboa.

16.00 horas Concentração no Largo de Camões.
16.30 horas Desfile até à Praça dos Restauradores.
17.30 horas Discursos (na Praça dos Restauradores).

Nesse dia, é um dever patriótico abdicar da praia ou de outro legítimo e normal programa familiar ou social para estar na rua a celebrar a nossa Nação.

O PNR pede a mobilização de todos!

Espanhóis definem habitação como prioridade nacional

A juventude do partido Democracia Nacional convocou para dia 1 de Junho uma manifestação em Madrid em defesa do direito à habitação. Contra a especulação imobiliária levada a cabo pelo Estado, autarquias, banca e construtoras. Pela construção a preços baixos e acessíveis com o objectivo de dar um lar a todos os espanhóis. A luta pela habitação estende-se a toda a Europa.

Aide toi!

Zentropa«Que faz o Estado?», «Que fazem os responsáveis públicos?», «Que faz a polícia?»...
Aqui estão, as questões que surgem frequentemente na boca dos franceses confrontados com o crescimento exponencial da barbárie urbana e da anemia social. Fazem essas interrogações sem fim, como que para se esquecerem do que não fazem, eles mesmos, para remediar a situação que denunciam, queixando-se dia-a-dia cada vez mais.
É claro que as instituições falham e que os responsáveis públicos se demitem das suas responsabilidades, mas ninguém diz nada se apenas nos contentamos com a constatação destes factos. Como imaginar a prevalência de um tal sistema sem a cumplicidade ou passividade (o que vai dar ao mesmo) de uma larga maioria dos seus membros?
A responsabilidade é tão individual como colectiva.
Cabe ao cidadão fazer respeitar, no seu quotidiano, os imperativos mínimos da vida em comunidade, de recusar os insultos, de defender as vitimas, de se solidarizar face às agressões, de se proteger e revoltar. Em vez de esperar por soluções globais e milagrosas, provenientes de entidades superiores descarnadas que pairam divinamente acima de todos nós, seja a Lei, a Justiça, o Poder, etc...
Se eu não participar e actuar dentro da esfera pública, isto é, acima do interesse individual e na superfície do interesse colectivo, então não terei legitimidade para me queixar. Serei indigno de exigir aos outros a coragem que eu próprio não possuo.
Não pedimos heróis, pedimos Homens.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Comparações

"No passado, utilizou-se o antifascismo para legitimar o comunismo e o anticomunismo para legitimar o nazismo. Hoje, é a crítica ou a evocação do totalitarismo que se instrumentaliza para fazer aceitar o liberalismo ou os desgastes do mercado. Esse procedimento, causa de desespero para inúmeros indivíduos e povos que não avistam outra alternativa entre o totalitarismo e o horror, não é aceitável. Assim como as conquistas positivas de um regime totalitário não podem justificar os seus crimes, ou os crimes de um regime totalitário não podem justificar os de outros, também a recordação dos sistemas totalitários não pode fazer aceitar a sociedade actual naquilo que ela tem de mais destruidor e de mais desumanizante. Não temos o direito de aceitar uma sorte injusta sob o pretexto de que ela poderia ser pior. Os sistemas políticos devem ser julgados por aquilo que são, não por comparação com os outros, cujos defeitos atenuariam os seus. Toda a comparação deixa de ser válida quando se torna uma desculpa: cada patologia social deve ser estudada separadamente."

Alain de Benoist
in "Comunismo e Nazismo: 25 reflexões sobre o totalitarismo no século XX (1917-1989)", Hugin Editores (1999)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Liberdade Sexual?

"Dentro de alguns anos, sem dúvida, passar-se-ão licenças de casamento como se passam licenças de cães, válidas para um período de doze meses, sem nenhum regulamento que proíba a troca de cão ou a posse de mais de um animal de cada vez. À medida que a liberdade económica e a liberdade política diminui, a liberdade sexual tem tendência para aumentar, como compensação. (…) Juntamente com a liberdade de sonhar em pleno dia sob a influência de drogas, do cinema e da rádio, ela contribuirá para reconciliar os súbditos com a servidão que lhes estará destinada."

Aldous Huxley
in prefácio de "Admirável Mundo Novo" (1946)

Fazer o Amor e a Guerra

antiantifasevilla.blogspot.com

domingo, 18 de maio de 2008

Hoje em dia

Dir-se-ia que isto de fazer prova de se ser uma pessoa do seu tempo e muito moderna é, inequivocamente, algo de muito positivo, pois que é progressista e constitui o repúdio de tudo o que é passadista e reaccionário, e portanto “mau”. E além do mais vemo-lo por todo o lado, na televisão (e como sabemos, se aparece na televisão…), no parlamento, no emprego, no restaurante, no bar, na rua, ser “moderno”, ser um “homem – ou mulher – do seu tempo” é que é digno de todos os encómios…

Quando se discute algo, dizer que “hoje em dia as coisas são assim”, que “os tempos mudaram”, que é “preciso compreender a evolução da sociedade”, que “o outro é retrógrado”, constitui, pelo menos no íntimo de quem o diz, um verdadeiro xeque-mate no debate. Ironicamente, isso também só sucede “hoje em dia”, porque antes de “hoje em dia”, no tal passado reaccionário e obscurantista, que já se perde na memória, ninguém conseguiria pensar em ganhar qualquer debate, ou constranger um adversário ideológico, com o argumento da contemporaneidade da sua posição. Não! Interessaria antes saber da validade, da essência dessa posição, e o que é paradoxal é que quanto menos essa posição fosse de “hoje em dia” (ou melhor, de “então em dia”) maior a probabilidade de se considerar que a sua intemporalidade se pudesse dever à sua validade intrínseca, permitindo-a atravessar as épocas.

Mas “hoje em dia” não! Porque o “hoje em dia” é o tempo da grande vitória da doutrina do progresso, que interpreta a humanidade, os valores e a História como uma evolução linear em permanente e gradual aperfeiçoamento. Daqui resulta que “hoje em dia” tenhamos, com certeza absoluta, chegado a um estádio filosófico e moral superior ao dos nossos antepassados, em boa verdade estranhas criaturas mal balbuciantes, supersticiosas e preconceituosas. De Platão e Aristóteles a Marx e Adam Smith, uma incontestável ascensão!

A verdade é que ser acusado de retrógrado é muito grave. Retrógrado é um palavrão muito feio para as “pessoas do seu tempo”; pode incidir sobre elas a suspeita de muitas coisas: promiscuidade, corrupção, aldrabice, egoísmo, cobardia, ignorância, porque, apesar de tudo, se se souberem comportar conseguem usar o título com uma certa respeitabilidade contemporânea, agora retrógrado é que não, porque aí não há volta a dar, esses nunca poderão ser modernos!

Rodrigo N.P.

Rescaldo do concerto contra a desocupação da CasaPound Latina

10 grupos musicais, 800 pessoas, dezenas de comunidades militantes de toda a Itália.
Estes são os números do concerto "contra a desocupação" organizado pelos rapazes da CasaPound Latina sábado, dia 10 de Maio, no terreno ocupado. O concerto, iniciado às 16h, prosseguiu depois de uma breve pausa de uma hora até as 24h. Enzo Savaresi, responsável pela ocupação, afirma que "este concerto, como havíamos anunciado, é o grito de CasaPound Latina e de todos os camaradas presentes, contra a iminente desocupação decretada pelo tribunal de Latina em benefício da sociedade proprietária do espaço. Sociedade que lançou o imóvel num estado de pesado abandono, tornando-o abrigo para toxicodependentes e delinquentes de todo o tipo. Lugar que limpámos e restituimos aos cidadãos, sem esquecer o objectivo principal da ocupação, que é dar um tecto a todos os italianos forçados a viver num estado de instabilidade e que irão para a rua caso a hipótese do despejo se tornar real. Mas - sublinha Savaresi - os rapazes de CasaPound e de toda a Itália estão prontos a lutar contra o despacho do Tribunal e para continuar a nossa luta pelo direito à propriedade da casa".

sábado, 17 de maio de 2008

Outras perdas

“Não restam dúvidas de que muitíssimos homens de todas as idades, a que se juntaram algumas mulheres e crianças, morreram de exposição às más condições climatéricas, à doença e à fome nos campos americanos e franceses da Alemanha e da França a partir de Abril de 1945, pouco antes do final da guerra na Europa. As vítimas excedem indubitavelmente as 800 mil, ultrapassando quase certamente as 900 mil e sendo até provável que passem de 1 milhão. A sua morte foi conscientemente provocada por oficiais do exército que dispunham de recursos suficientes para manterem os prisioneiros vivos. Os organismos assistenciais que tentaram ajudar os prisioneiros dos campos americanos não obtiveram autorização do exército para tal. Tudo isto se ocultou na altura e sobre tudo isto se mentiu posteriormente quando a Cruz Vermelha, Le Monde e Le Figaro tentaram dizer publicamente a verdade. Os registos foram destruídos, alterados ou mantidos secretos. Situação esta que ainda hoje se mantém.”

James Bacque
in “Outras perdas”, Edições ASA (1995).

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Espírito 451

Heroísmo

"Como muito bem notou Alain Besançon, o nazismo e o comunismo propuseram «ideais elevados» próprios para «suscitar a devoção entusiasta e actos heróicos». Um e outro seduziram igualmente grandes nomes e intelectuais de alto nível. Um e outro suscitaram actos desinteressados e apelaram ao sacrifício em proporções raramente vistas. O povo alemão apoiou o seu Führer até ao final, apesar das ruínas e dos mortos, enquanto o poder soviético, no momento do seu afundamento, tinha dissipado todo o seu crédito junto da sua população. Mas o comunismo também representou uma imensa esperança para milhões de homens e mulheres. Inspirou lutas que eram frequentemente justas e necessárias. Dizer, como Jean-Jaques Becker, que «o nazismo ou o fascismo nunca provocaram o mesmo élan» que o comunismo, é esquecer que existiram 368.000 voluntários nas Waffen-SS e, somente, 35.000 nas Brigadas Internacionais.
(...) Que um mesmo sistema possa ser, em simultâneo, criminoso e capaz de inspirar condutas admiráveis só pode chocar os ingénuos ou os espíritos partidários, quer estes deduzam (sem razão) que um tal sistema não era tão criminoso, quer concluam (igualmente sem razão) que estas condutas não eram assim tão admiráveis. Que os partidários de um sistema totalitário tenham tido uma conduta heróica não torna melhor a causa que eles defenderam, mas inversamente, a natureza desta causa não retira nada ao seu heroísmo."

Alain de Benoist
in "Comunismo e Nazismo: 25 reflexões sobre o totalitarismo no século XX (1917-1989)", Hugin Editores (1999)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Elite

«A desigualdade individual origina no plano social uma divisão entre fortes e fracos, já constatada por Duguit. Os fortes capturam os poderes sociais (político, ideológico, económico) e governam a maioria da população. É o fenómeno das elites dirigentes e dominantes, da hierarquia, que tão bem evidencia a análise da sociedade animal. A reflexão mais desapaixonada sobre esta matéria foi efectuada pela escola sociológica italiana, com Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca e Roberto Michels. Estes autores provaram a perenidade da minoria, a minoria poderosa, que impõe a sua vontade sobre a maioria dando-lhe a impressão de ser ela a decidir e a governar.
Analisando a sociedade e o homem tal como eles são, estes autores anteciparam-se de quase meio século às realidades científicas do nosso tempo. Identificaram correctamente os detentores do poder real e formularam as leis segundo as quais decorre a disputa da força. Identificaram igualmente as justificações mais ou menos elaboradas que a minoria criou para o seu poderio e chamaram-lhe fórmula política. Dizer que o poder lhe vem de Deus, ou do Povo, ou que é do autocrata a título de conquista, são tudo razões óptimas desde que operem e cumpram a sua função justificativa. Acontece que hoje as fórmulas políticas são as ideologias e nelas não há, como se viu, o menor grão de credibilidade. Está por nascer a fórmula política do nosso tempo, que reduza democracia e socialismo, social-democracia e marxismo, a meros trastes velhos da história da pulhice do homo sapiens.
Os autores que situam correctamente estes problemas numa análise neomaquiavelista são poucos. Todos ainda preferem as visões românticas e penetradas pela ideologia, justificativas em última análise do poder da minoria actuante ou da minoria que aspira ao poder. Contudo, com o desaparecimento desses grandes vultos do pensamento político, não é menos certo que ficaram certos autores que importa conhecer e que reflectem, na Teoria Política, a revolução intelectual a que se assiste noutros campos do saber. Carl Schmitt, o velho professor alemão, James Burnham, Wright Mills e Julien Freund, chegam para assegurar um exercício impecável em matéria de realismo político e transparência de concepção.
As minorias, portanto, longe de se confundirem com a multidão, são pela sua organização e coerência o único fermento social de mudança e poder. Só caem para ceder o lugar a outras, de modo que a História não passa de um velho e enorme cemitério de oligarquias. A lei de ferro da oligarquia, formulada por Michels, apenas se faz eco desta constatação empírica, tão desagradável aos doentes do igualitarismo acéfalo, fervorosos crentes no alibi da tábua rasa.»

António Marques Bessa
in "Ensaio sobre o Fim da Nossa Idade", Edições do Templo (1978).

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Imigração

«(...) Os partidos políticos especializados na denúncia anti-imigração não são mais que partidos ideológicos pequeno-burgueses, que tentam capitalizar sobre os medos e as misérias do mundo actual praticando a política do bode expiatório. A experiência histórica mostrou-nos ao que conduzem tais tocadores de flauta! É necessário distinguir aqui a imigração dos imigrantes. A imigração é um fenómeno negativo, pois é ela própria fruto da miséria e da necessidade e os problemas sérios que coloca são bem conhecidos. É assim preciso tentar, se não suprimi-la, que o carácter demasiado rápido e maciço que a caracteriza hoje em dia seja o menor possível. É bem evidente que não resolveremos os problemas do Terceiro Mundo convidando as suas populações a vir em massa instalar-se nos países ocidentais! Ao mesmo tempo, temos que ter uma visão mais global dos problemas. Crer que é a imigração que atenta principalmente contra a identidade colectiva dos países de acolhimento é um erro. O que atenta contra as identidades colectivas é, em primeiro lugar, a forma de existência que prevalece hoje em dia nos países ocidentais e que ameaça estender-se progressivamente ao mundo inteiro. Os imigrantes não têm culpa que os europeus já não sejam capazes de dar ao mundo o exemplo de um modo de vida que lhes seja próprio! A imigração, deste ponto de vista, é uma consequência antes de ser uma causa: ela constitui um problema porque, face aos imigrantes que normalmente conservam as suas tradições, os ocidentais já decidiram renunciar às suas. A americanização do mundo, homogeneidade dos modos de produção e de consumo, o reino da mercadoria, a extensão do mercado planetário, a erosão sistemática das culturas pelo efeito da mundialização corroem a identidade dos povos muito mais que a imigração. (...)»

Alain de Benoist
in "C'est-à-dire", Les Amis d'Alain de Benoist (2006).

Europa

“A Europa não pode viver sem as pátrias e, realmente, ela morreria, se matasse os seus próprios órgãos, ao matá-las; mas as pátrias já não podem viver sem a Europa. Nascidas da Europa, devem tornar à Europa. Elas rasgaram-na, no tempo do seu crescimento maravilhoso, como crianças que se emancipam cruelmente da mãe para devorarem a sua parte do destino; mas hoje precisam de refugiar-se e revigorar-se nela.
A necessidade de pão e de trabalho e todas as outras necessidades exigem-no. As pátrias da Europa, separadas, só podem diminuir-se e morrer. Nos tempos de hoje, uma pátria não pode viver no seu campo; precisa do campo das outras, pelo menos de todos os campos de um continente, de todas as suas minas, de todas as suas fábricas e também de todos os seus talentos, de todos os seus génios.
Grandes forças se ergueram no mundo e unificaram ou unificam os continentes. A Europa que vê isto, deve fazer isto também. Ou então será, apenas, uma nuvem de poeira que se extingue, turbilhonando no sopé das montanhas.
Eis que, de novo, finda o primaveril tempo das cidades e das pátrias, dos principados e dos reinos: eis que torna o tempo estival dos impérios. Depois de Atenas, é o império de Alexandre ou de César.
Europa! Olha estes grandes impérios que se formaram, treme e cinge os teus rins!”

Drieu La Rochelle

Racismo?

terça-feira, 13 de maio de 2008

Hôtel Stella

Os Hôtel Stella são uma banda de rock alternativo parisiense nascida na Primavera de 2005. Qualificam-se de "punks hussardos". Aqui o punk junta-se à Tradição e a um fascínio pela cidade de Paris e pela sua história: a Comuna (revolução parisiense de 1871 que acabou sob um banho de sangue), os "apaches" (vadios) que "poluíam" Paris no início do século XX e a corrente literária "anti-Sartre" dos anos 50 liderada pelos "hussardos" Antoine Blondin, Roger Nimier e Jaques Laurent. Os Hôtel Stella têm por isso uma abordagem muito intelectual e boémia à música. O espírito "hussardo" é evidente em faixas como "Absinthe" ou "Orage métallique" («femmes, violence, champagne, génération de l’ambition, les résistants entrent en campagne, mission: rétablir la passion !», ou seja «mulheres, violência, champanhe, geração da ambição, os resistentes entram em campanha, missão: restaurar a paixão!»).
Até agora a banda editou apenas um mini-cd, entitulado "Un Singe Enivré", cujo único defeito é ser realmente demasiado curto. Mesmo assim, as cinco faixas ouvem-se muito bem e entram facilmente no ouvido, num estilo "punk-rock" muito audível e original. Um novo álbum está previsto para os próximos meses, sob a chancela da Alternative-S. Apesar do único registo discográfico, os Hôtel Stella conseguiram, através de numerosos concertos, forjar uma notável reputação e uma sólida falange de admiradores.

Passa a mensagem!

Os malditos

"O nacionalismo é frequentemente assimilado ao fascismo, e este ao nazismo, enquanto que o socialismo nunca é considerado como potencialmente estalinista. A direita é sempre suspeita de «fascismo», enquanto que o comunismo, apesar dos seus erros, é tido como pertencente às «forças do progresso». A venda de um livro nazi suscita veementes protestos (e pode cair na alçada da lei), a de um livro comunista não se presta a nenhum comentário particular. Um velho nazi fica infrequentável para sempre, enquanto que o facto de ter sido comunista não implica nenhuma perda de prestígio nem de estatuto social, mesmo para quem nunca exprimiu arrependimento. O mínimo laço, real ou suposto, com uma ideologia apresentada como tendo, de perto ou de longe, algum parentesco que seja com o nazismo, é uma marca de infâmia indelével que leva à denúnica e ao ostracismo. (...) Pablo Neruda, Bertold Brecht ou Einsenstein são, e com razão, celebrados pelo seu talento. Drieu, Céline ou Leni Riefenstahl, ainda que não vejam negado o seu, continuam envoltos numa aura sulfurosa, que leva a lembrar que «o talento não é desculpa»."

Alain de Benoist
in "Comunismo e Nazismo: 25 reflexões sobre o totalitarismo no século XX (1917-1989)", Hugin Editores (1999)

Imagens do concerto contra a desocupação da CasaPound Latina

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O mito europeu contra a espiritualidade do deserto

A Moral da Luz e a Fé Solar

Sem dúvida, as duas palavras que se repetem mais frequentemente nas velhas crónicas europeias são Vontade e Honra. A Esperança, pelo contrário, não tem significado. O que conta é cumprir o que deve ser cumprido e não o que pode acabar num sucesso.

Reencontramos em toda esta «moral» da antiga Hiperbórea um certo gosto pelas causas perdidas, uma atitude de perpétuo desafio, onde o gosto pelo risco era exaltado até ultrapassar todos os limites do possível. Os guerreiros espartanos de Leónidas nas Termópilas são, nesse sentido, verdadeiros hiperbóreos. O que conta não é o prazer mas o dever. Não a submissão a um outro para além de si mas a liberdade de impor-se uma conduta conforme à irrevogável Honra da sua linha e do seu clã.

Reencontramos este mesmo espírito no nobre ariano, no dório ou no norueguês. Desde a Idade do Bronze até à conversão da Islândia ao cristianismo, durante quatro mil anos nada parecia ter mudado na moral e na fé dos nossos antepassados. Perante os deuses, permaneciam livres e orgulhosos, ignorando a humildade como o medo. Ignoram os dogmas estreitos e os ritos imobilistas. Afrontar o destino torna-se uma regra de vida absoluta, que se prolonga mesmo para lá da morte. A única «salvação» está no «combate», sem tréguas e sem medo. O Valhalla só acolhe guerreiros!

Descobrimos assim a oposição entre a religião dos hiperbóreos e a dos asiânicos que é de tipo matriarcal. Contra as deusas da noite e da lua, os deuses do Norte afirmam-se à luz do dia e do sol. O sagrado exprime-se no culto do fogo e exalta-se nas grandes festas pagãs do solstício de Inverno e do solstício de Verão. Os templos não são cavernas sombrias onde reinam as trevas, mas recintos sagrados, construídos em locais elevados, expostos ao vento, fustigados pela chuva e queimados pelo sol.

Jean Mabire
in "Thulé, Le Soleil retrouvé des Hyperboréens"

Tradução: Rodrigo N.P.

Civilização

«Uma civilização, por mais superior que seja, não passa de um colosso com pés de barro, se o nervo viril perde o vigor.»

Ernst Jünger
in “A Guerra como Experiência Interior”, Ulisseia (2005).

"Lá fora é que é!"

CasaPound Italia

Nasce a associação CASAPOUND ITALIA!

Num momento muito particular da história italiana sentimos a necessidade de reunir e organizar no território nacional as comunidades políticas que há já alguns anos vêem na experiência política e militante de CASAPOUND uma força sólida, estável e activíssima. Activa na promoção de uma nova visão da militância política no território e na promoção de ideias e projectos que encontraram consenso e interesse em todas as zonas de Itália.

Há já algum tempo que CASAPOUND saltou os confins do território romano no qual viu a luz. Hoje, perante a maturidade de uma comunidade militante italiana mais preparada e activa, abandona de modo oficial a sua dimensão territorial para assumir um carácter e uma estrutura nacional. CASAPOUND nasce como solução imediata e tangível à emergência habitativa, mas com Itália inteira dentro do coração. CASAPOUND ITALIA quer, portanto, ocupar-se politicamente de cada aspecto da vida nacional.

CASAPOUND ITALIA não é um partido político, mas uma associação que se propõe a desenvolver de modo orgânico um projecto e uma estrutura política nova, que projecte no futuro o património ideal e humano que o fascismo italiano construiu com imenso sacrifício.

Projecto e estrutura que queremos fortemente afastada da politica "eleitoralista" que acorda um mês antes das eleições e volta a adormecer no dia a seguir aos resultados.

Projecto e estrutura que queremos vivos e presentes nas ruas todos os dias ao lado e na liderança de um povo desorientado, e nunca "ao serviço": porque a política não é serviço, mas direcção, vontade.

Projecto e estrutura que queremos empenhados também no interior dos partidos políticos, na incessante actividade de torná-los esbeltos, ágeis, limpos e não "ao ritmo dos tempos", mas em vantagem clara de quatro ou cinco anos em relação a eles.

domingo, 11 de maio de 2008

ONG

ongong.canalblog.com

Hugo Pratt sobre o fascismo

"Foi de facto o fascismo que, graças aos seus movimentos de juventude, me deu a possibilidade de sair do circuito familiar. Incentivou-se o convívio entre rapazes e raparigas (...) Usávamos então uniforme, as meninas de blusa branca e saia preta, eu de camisa negra e calções verde-cinza; e não faltavam as insígnias, que ostentávamos com orgulho. Era uma espécie de escutismo pré-militar. Líamos juntos, num jornal de rapazes, Il Balilla, uma página onde as frases se concluíam com desenhos. As meninas tinham o seu prórpio jornal ilustrado, La Piccola Italiana.
O fascismo não negava a beleza dos corpos, a atracção física. Ele advogava o mens sana in corpore sano de Juvenal - «um espírito são num corpo são» - e ignorava as intenções judaico-cristãs. (...) O fascismo libertou dos tabus os jovens da minha geração, deu-nos uma certa liberdade e a possibilidade de uma aventura individual, ao passo que antes isso era vedado; a aventura era vista como ruptura, dizia-se que infrigia as leis da sociedade. O fascismo fez-nos sair da opressão da Igreja e da Família. Evidementente, o fascismo foi ao fim ao cabo uma catástrofe, mas aos dez anos ter-me-ia surpreendido bastante se alguém o denunciasse. Aderi sem reservas, até à minha estadia na Etiópia. (...) E na minha primeira infância, por estranho que possa parecer hoje em dia, não era evidente que o fascismo fosse um movimento de extrema-direita. O fascismo pretendia introduzir mudanças na sociedade, ao passo que a mentalidade burguesa é conservadora e tem horror à mudança. O regime promulgou a escolaridade obrigatória, permitindo a crianças de dez anos não trabalhar mais na fabricação do enxofre, e organizou grandes trabalhos na Siália e nos pântanos. Mussolini partira do socialismo, o pai dera-lhe o nome de Benito em honra do herói progressista mexicano Benito Juárez. Os poemas do meu avô, fundador do fascismo veneziano, têm aliás aspectos socializantes."

Hugo Pratt
in "O Desejo de Ser Inútil. Memórias e Reflexões", Relógio d’Água (2005)

sábado, 10 de maio de 2008

O Último Homem

"Ai! Aproxima-se o tempo em que o homem se tornará incapaz de gerar uma estrela dançante. Ai! o que se aproxima, é a época do homem mais desprezível, do que nem se poderá desprezar a si mesmo.
Olhai! Vou-vos mostrar o Último Homem:
«O que é amar? O que é criar? O que é desejar? O que é uma estrela?» Assim falará o Último Homem, piscando o olho.
A terra ter-se-á então tornado exígua, nela se verá saltitar o Último Homem, que apouca todas as coisas. A sua espécie é tão indestrutível como a do pulgão; o Último Homem será o que viver mais tempo.
«Descobrimos a felicidade», dirão os Últimos Homens, piscando o olho.
Terão abandonado as regiões onde a vida é dura; pois precisam de calor. Ainda armarão o próximo e se roçarão por ele, porque é necessário calor.
A doença, a desconfiança hão-de parecer-lhe outros tantos pecados; é só preciso ver onde se põem os pés! Insensato é aquele que ainda tropeça nas pedras e nos homens!
Algum veneno de vez em quando coisa que proporciona sonhos agradáveis. E muito veneno para acabar, a fim de ter uma morte agradável.
Trabalhar-se-á ainda, porque o trabalho distrai. Mas ter-se-á cuidado para que esta distracção nunca se torne cansativa.
Uma pessoa deixará de se tornar rica ou pobre, são duas coisas demasiado penosas. Quem quererá ainda governar? Quem quererá ainda obedecer? São duas coisas demasiado penosas.
Nenhum pastor e um só rebanho! Todos quererão a mesma coisa, todos serão iguais; quem quer que tiver um sentimento diferente entrará voluntariamente no manicómio.
«Noutro tempo toda a gente era doida», dirão os mais sagazes, piscando o olho.
Ser-se-á sagaz, saber-se-á tudo o que se passou antigamente; desta maneira se terá com que zombar sem cessar. Ainda haverá querelas, mas depressa surgirá a reconciliação, com medo de estragar a digestão.
Ter-se-á um poucochinho de prazer durante o dia e um poucochinho de prazer durante a noite; mas reverenciar-se-á a saúde.
«Descobrimos a felicidade», dirão os Últimos Homens, piscando o olho."

Friedrich Nietzsche
in "Assim Falava Zaratustra", Guimarães Editores (2004)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

10 de Maio: Concerto contra a desocupação da CasaPound Latina

Começa um novo período quente para a CasaPound, a ocupação do Viale XVIII Dezembro em Latina. Exactamente para o mês de Maio está previsto o fim do adiamento concedido aos rapazes pelo tribunal de Latina, aproximando-se, assim, a data do despejo. Mas eles não se conformam e organizaram um concerto, para Sábado, 10 de Maio, com o eloquente nome "Não à desocupação", referindo-se obviamente ao procedimento que ameça tornar inglórios os esforços dos jovens que, desde 29 Dezembro de 2006, ocuparam o imóvel, evitando a sua degradação, para restituí-lo aos cidadãos.
"Nós não iremos - afirma Savaresi - Neste ano e meio de ocupação, CasaPound LT forneceu aos cidadãos do bairro, e não só, os mais variados serviços, para além de formas de agregação social através de actividades apreciadas e reconhecidas por todos. Quer os mais jovens, quer os adultos, encontraram na CasaPound LT um lugar de reunião. Quero, por exemplo, recordar o Cineforum, o torneio de cartas, os congressos/encontros, as apresentações de livros, o torneio de playstation e o torneio de bilhar. Actividades muito simples - diz-nos Savoresi - mas que tiveram forte aceitação pela população, provavelmente porque já ninguém oferece actividades recreativas e não só, aos cidadãos. Gostaria muito de sublinhar, além do mais, que no interior da CasaPound vivem ainda muitas pessoas em emergência habitativa e têm também aqui lugar os meios da protecção civil do grupo G.S.P.
O que vai acontecer no dia 10 de Maio - explica Savaresi - não é um simples concerto, mas um verdadeiro grito de rebelião de todas as comunidades políticas italianas que estarão presentes Sábado, para dizer na cara de todos que um tribunal não pode nem nunca poderá processar as nossas ideias e o nosso empenho. No dia 10 de maio demonstraremos pela enésima vez que a nossa vontade de fazer é mais forte que empreiteiros, especuladores e quaisquer outros."

Pena e Espada

penaeespada.blogspot.com

As democracias transformarão a sua natureza...

"Através de recursos cada vez mais eficazes de manipulação da mente, as democracias transformarão a sua natureza; as velhas formas pitorescas – eleições, parlamentos, Supremos Tribunais e tudo o mais – subsistirão. A sua essência será um novo tipo de totalitarismo não-violento. Todos os nomes tradicionais, todos os slogans consagrados permanecerão tal e qual como nos velhos tempos; a democracia e a liberdade serão os argumentos de todas as emissões radiodifundidas e de todos os editoriais (…). Entretanto, a oligarquia dirigente e a sua altamente treinada “elite” de soldados, polícias, forjadores de pensamento e manipuladores de cérebros conduzirão tranquilamente o espectáculo como lhes apetecer."

Aldous Huxley
in "Regresso ao Admirável Mundo Novo" (1959)

Rechts Europese Jeugd

No passado dia 4 de Maio teve lugar na cidade de Antuérpia, na Flandres (Bélgica), o encontro europeu de jovens nacionalistas, organizado pela juventude do partido flamengo Vlaams Belang.
Para além dos anfitriães belgas, o evento contou com a participação de activistas dos mais diversos pontos da Europa e do Mundo, entre húngaros, franceses, alemães, espanhóis, austríacos, italianos e até norte-americanos, que durante a jornada trocaram experiências e contactos. O encontro serviu ainda de palco para diversas intervenções e para concertos de folk-rock.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Nas ruas!

Tradição

«A tradição de um povo é a sua paternidade, a substância da sua personalidade, e esta constitui-se na consciência que cada povo tem de si próprio e que é sempre consciência histórica. Pois todo o povo, como todo o indivíduo, é, em cada momento das sua existência, mais ou menos original e criador, mas é também continuador de um processo histórico que é o desenvolvimento íntimo da sua consistência espiritual. É-se tanto mais original quanto mais se é verdadeiramente capaz de entesourar o passado.»

Giovanni Gentile

quarta-feira, 7 de maio de 2008

É a Hora!

Herederos de una historia

No último sábado, 3 de Maio, celebrou-se em Madrid um concerto de homenagem aos heróis espanhóis que a 2 de Maio de 1808 se revoltaram contra os exércitos de Napoleão que então ocupavam a Península Ibérica.
A responsabilidade de de dar som a esta homenagem recaiu sobre duas bandas míticas: Compagnia dell'Anello e Estirpe Imperial.

A primeira banda a começar foi a italiana, com os seus nove componentes. Com o elevadíssimo nível musical a que sempre nos habituaram, deram arrepios aos assistentes com os seus temas carregados de sentimento, autênticos hinos revolucionários compostos ao longo de mais de 30 anos de luta nacionalista em Itália.
Posteriormente chegou a vez dos espanhóis Estirpe Imperial. Criados no início da década de 90 em Madrid, são uma referência do panorama musical nacionalista espanhol. Com os acordes das suas músicas mais conhecidas, souberam levar o público a entoar em uníssono todas as suas letras.

C9M

No dia 7 de Maio de 1994, em França, o GUD (Grupo União e Defesa) e a JNR (Juventude Nacional-Revolucionária) organizaram uma manifestação com o objectivo de protestar contra a ostentação ultrajante das comemorações do desembarque americano do dia D. Era também a ocasião para apontar todas as mortes causadas durante os últimos 50 anos pelas guerras do imperialismo yankee.

Sébastien Deyzieu, jovem militante nacionalista francês de 22 anos, saiu de casa para participar nessa manifestação mas nunca regressou. Num episódio ainda por esclarecer, polícias à paisana perseguiram-no até aos telhados de um edifício do centro de Paris, de onde caiu em estranhas circunstâncias. Após dois dias de agonia, faleceu no hospital, tocando a consciência de muitos franceses e convertendo o dia 9 de Maio numa jornada de lembrança e luta para todos os patriotas gauleses.

Desde há 14 anos, todos os dias 9 de Maio, centenas de pessoas marcham por Paris em honra de Sébastien Deyzieu, depositando coroas de flores no lugar onde encontrou a morte e repelindo com bravura, como ocorreu em 2006, as agressões de quem se interpõe no caminho.

«Area 19», uma miragem bem real

(via Zentropa)

Em plena Roma, a alguns passos do estádio olímpico, situa-se a «Area 19», a nova e já mítica ocupação realizada pelos militantes activistas da Casapound e da Fiamma Tricolore.

O que mais impressiona à primeira vista neste local é a sua dimensão. É realmente gigantesca esta antiga estação de metro construída para o campeonato do mundo de futebol, mas nunca concluída e utilizada parcialmente durante apenas quinze dias.

Até agora, foi um triste símbolo do desperdício estático e da incompetência irresponsável de uma plutocracia que desperdiça alegremente o dinheiro dos cidadãos sem nunca lhes prestar contas. A «Area 19» encarna doravante a vingança deste povo traído e enganado que ousa agora reapropriar-se do bem de que foi espoliado e que está decidido a não se deixar mais depenar passivamente pelos especuladores em todas as formas.

Por outro lado, para além deste forte simbolismo político, a «Area 19» oferece também aos militantes romanos uma estrutura cultural de primeira linha onde já foi organizado um concerto que reuniu mais de 600 pessoas e onde começam a florescer pinturas murais que transformarão, pouco a pouco, este cenário kakfiano feito de galerias intermináveis e túneis cruzados banhados de luz eléctrica intermitente, num lugar privilegiado da criatividade e da agit-prop identitária e social europeia.

A visita desta nova praça forte da rebelião é também uma ocasião para saudar, mais uma vez, o dinamismo e a abnegação dos militantes romanos que, visivelmente animados por uma chama sagrada que nada pode esmorecer, asseguram a guarda permanente e a renovação dos locais.

E quando, no coração da noite, brotar das gargantas dos camaradas reunidos à volta do seu chefe o tradicional grito de união «Eja, Eja, Alala» que ecoa quase sem fim no labirinto de betão, não poderemos evitar sentir um arrepio na nuca. Um arrepio rápido e violento que se assemelha um pouco à esperança.